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sexta-feira, 11 de março de 2011

ORDENS INICIÁTICAS


Analisando a origem da maioria das ordens iniciáticas, percebemos que a sua procedência baseia-se, principalmente, em intentados documentos antigos, quase nunca exibidos, porém citados como autênticos, os quais remetem, geralmente, ao antigo Egito, a instituição das ‘Escolas Sacerdotais de Mistérios’ criadas para prover, de base esotérica, os hierofantes que ali se formavam.
A fundação de ‘escolas’ não tem bases históricas e se perdem no tempo como lendas, fatos que remetem sua criação às diversas dinastias, desde Tutmés II a Amenothep IV; isso passa, forçosamente, por Ahmose, Tuthmose, Hatshepsut, esta era uma rainha, e Amenothep I, II e III, dentre outros. Todos esses faraós foram revestidos como fundadores ou sumo sacerdotes de Ordens que, embora indefinidas, denotam importante fonte de pesquisa para a ciência oculta.
Os nomes mais destacados desse período são o de Hermes, o Trimegisto, uma figura que se confunde com um deus, tanto no Egito (Toth), como na Grécia (Hermes); A ele atribui-se vários textos antigos, como, por exemplo, a ‘Tábua de Esmeraldas’ que contém a chave do hermetismo (esse nome é dado às ciências ocultas em homenagem ao próprio Hermes). Outro destaque no contexto é para o faraó Amenothep IV, que adotou o nome de Akhenaton, fundador da primeira religião monoteísta com registros históricos: o culto a Aton, representado pelo ‘disco solar’. Foi Akhenaton que instituiu a cruz ansata, ou ank (cruz com laço), como símbolo da sua Ordem; o templo foi erguido em El-Armana, no vale do Nilo... Após a sua morte, o filho Tuth-Ank-Aton, o faraó menino, regressou ao antigo culto por imposição dos sacerdotes que desejavam volver à religião antiga. Mudou, então, seu nome para Tuth-Ank-Amon, cujo rico e esplendoroso túmulo foi descoberto na primeira metade do século XX, por Howard Carter e Lord Carnavon, revelando muitos dos segredos daquela antiga civilização.
Existem referências de autores que registram que Soliman conhecido nas escrituras como Salomão e oriundo da Palestina, foi estudante nas ‘Escolas de Mistério’; ao tornar-se rei em Israel, ordenou a construção do Templo de Jerusalém, cuja obra suscitou a lenda que deu origem à maçonaria.
Dentre as várias listas de nomes da antiguidade que são citados pelos autores diversos como integrantes das ‘Escolas de Mistério’, um deles se destaca como quase unanimidade: Pitágoras! Este iniciado trouxe a tradição oriental para o ocidente, criando sua própria escola em Crótona, onde aplicava uma doutrina iniciática aos jovens com um ritual bastante esotérico. Pitágoras percorreu vários locais de estudo do mundo antigo, aprendendo com as obras dos principais expoentes do pensamento oculto, cujos papiros repousavam, muitas vezes intactos, na famosa ‘Biblioteca de Alexandria’.
Na Idade Média, quando o mundo jazia envolto em trevas, período que caracterizou a ‘noite de mil anos’, esse saber passou a ser ministrados de forma velada, de lábios a ouvidos, estabelecendo um pacto de ‘sigilo’ que foi chamado hermetismo. Poucos tinham acesso a esses princípios, pois quem fosse capturado professando doutrinas herméticas, era entregue à sanha dos inquisidores, juízes da Igreja, e torturados para abjurar de sua heresia; depois, na maioria das vezes, supliciados em praça pública pelo martírio do fogo.
A ‘Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão’, conhecida como ‘Ordem do Templo’ ou dos ‘Cavaleiros Templários’, foi uma das primeiras a reviver o processo iniciático durante a Idade Média. Fundada por Hugues de Payens e Godofredo
de Saint-Omer, em 1118 d.C., Dedicava-se à defesa do Templo de Jerusalém dos sarracenos ou mouros, seguidores de Maomé. Versam as lendas que os Templários descobriram segredos, tão importantes, que transformaram a Ordem em uma das mais ricas do Ocidente.
Depois da queda dos Templários, em 1307, outras ordens secretas surgiram, todas reivindicando a mesma raiz egípcia. Uma delas congregava as guildas de pedreiros arquitetos e construtores de catedrais, tendo servido de asilo para inúmeros refugiados egressos da Ordem do Templo e migrados para a Escócia e Portugal. Essas
congregações abrigavam-se em comunidades chamadas ‘Lodges’ (lojas) e, a partir do inicio do século XVIII passaram a ter uma constituição própria com rituais tradicionais que já eram praticados pela colcha de retalhos em que se transformara o ‘ocultismo’ durante as perseguições da Igreja. Esses membros se designaram ‘free-masons’ ou ‘franco-maçons’ cujo significado é ‘pedreiroslivres’.
Em 1614 chega ao conhecimento público um manifesto intitulado ‘Fama Fraternitatis’, contando a epopéia de Christian Rosenkreuz (ver Ain Soph número 4, página 7), um jovem de origem germânica, salvo de uma chacina que levou a vida de seus pais e criado por um monge cátaro, sobrevivente da tragédia albigense; este o leva, junto com quatro outros companheiros em peregrinação por vários países, onde o moço aprendeu as ciências herméticas, tanto teoricamente, como dentro de sua praticidade. Após a morte do monge, Christian continua seus estudos, principalmente entre os
cristãos oriundos dos primitivos gnósticos de Alexandria. Rosenkreuz, depois de várias peripécias, vai parar entre os iniciados espanhóis que formavam uma sociedade chamada ‘Los Alumbrados’; ali aprendeu os rudimentos de uma doutrina que muito o influenciaria em seus estudos; voltando à Alemanha fundou uma escola intitulada ‘Ordem Rosacruz’.
A este manifesto ‘Fama Fraternitatis’ seguiram-se outros dois, nomeados ‘Confessio Fraternitatis’ e ‘Bodas Alquímicas de Christian Rosenkreuz’. A existência ou não de Christian é contestada por muitos, sendo que os escritos atribuídos a ele, segundo alguns, são da autoria de sir Francis Bacon, no século XVII.
O rosacrucianismo foi trazido de volta à humanidade, no século XX, por pelo menos, três grandes expoentes do misticismo ocidental: Spencer Lewis, Sâr Alden, fundador da ‘Antiga e Mística Ordem Rosacruz (AMORC); Max Heindel, autor do livro
‘Conceito Rosacruz do Cosmo’, que deu origem à ‘Fraternidade Rosacruz’ com conotação cristã; e, finalmente, Arnold Krumm-Heller, o V.M.Huiracocha, fundador da ‘Fraternitas Rosacruciana Antiquas (FRA)’, com orientação gnóstica. Todas essas três
correntes do rosacrucianismo ocidental estão carregadas de ensinamentos morais, místicos e práticos para uma perfeita introdução ao ocultismo.
Existem várias outras denominações de ‘Escolas Secretas’, cada uma com seus processos próprios de iniciação; mas todas exibem raízes oriundas, ou das ‘Escolas de Mistérios’ ou de uma de suas ramificações, como por exemplo, os ‘Cristãos Gnósticos’ de Alexandria, cuja doutrina era baseada no ‘Secreto Evangelho de
Marcos’ e no ‘Evangelho de João’; os dois são objeto de explicações do bispo Clemente em suas ‘stromatas’ e, também, na ‘Pistis Sophia’.
O fato é que, se observarmos bem, essas ’Escolas de Mistérios’ preconizam princípios semelhantes, análogos e dentro da mesma base iniciática.
Para finalizar transcrevo uma historieta, minha preferida, que ilustra tão bem fatos dessa natureza, encerrando o texto: "Um rei manda
construir um moderno observatório astronômico e instala nele
um conceituado sábio para investigar as estrelas. Certo dia, acompanhando
uma comitiva em visita ao estabelecimento pelo qual
possuía um imenso orgulho, pergunta ao velho astrônomo batendo
-lhe, amistosamente, no ombro: "O que há de novo no céu?" Ao que lhe redarguiu o mestre: "Vossa Majestade já conhece o antigo?”

FergiCavalca

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