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quinta-feira, 25 de junho de 2015


Deus em mim
Fergi Cavalca

Ser solicitado para produzir um trabalho com tema livre criou um dilema: que assunto escolher? São tantos... e todos de grande profundidade, juízo e discernimento...
Finalmente optei por um que engloba um conjunto de normas e regras de uma maneira geral; para tal recorro ao grande filósofo Baruch Spinoza cujas palavras judiciosas abaixo, revelam a essência da fé em Deus, sintetizando de uma maneira simples, porém completa, o sentido de prece que nós, formas materiais evolutivas e errantes que gememos nossas dores neste planetinha que não é mais do que um cocozinho de mosca na amplidão do Universo, insistimos em pedir — muito mais do que agradecer —, enchendo os “ouvidos” do Criador com nossas lamúrias, nossas dores e nosso desespero. Na verdade o texto de Spinoza não é uma prece que elevamos ao Deus de Nosso Coração e de Nossa Compreensão, ao contrário, é o desejo Dele em relação a nós humanos imortais que nos avaliamos mortais, para que tenhamos muito mais fé e sejamos objetivos e sucintos em nossos propósitos de evolução, aceitando o pensamento do Todo como a partícula mater de nossa existência.
Vejamos o que nos diz Deus através de Spinoza:
“...Confia em mim e deixa de me pedir. Tu vais me dizer como fazer meu trabalho?”
“Respeita teu próximo e não faças o que não queiras para ti. A única coisa que te peço é que prestes atenção a tua vida, que teu estado de alerta seja teu guia.
Para de ter tanto medo de mim. Eu não te julgo, nem te critico, nem me irrito, nem te incomodo, nem te castigo.” 
“Eu sou puro amor...”
Essa síntese maravilhosa de Deus, Justo e Amoroso, é a “Chave Mestra” que abre as portas do templo interior, do coração do iniciado e, com absoluta certeza o objeto de nossa peregrinação terrestre, principalmente o que viemos buscar ao transpor o portal da Verdadeira Luz. Esse é o propósito ao qual nos recomendamos quando escolhemos participar dos ensinamentos de qualquer doutrina iniciática ou filosófica que nos mostre a árdua caminhada em busca da tão sonhada evolução espiritual.
É no templo que se situa no íntimo, no fundo de nosso coração onde abrimos nossos olhos profanos para a Verdadeira Luz, onde invocamos o auxílio de Deus e nos cobrimos com o simbolismo próprio dos que se purificaram pela iniciação dos quatro elementos formadores, onde vamos receber lição após lição, ferramentas certas e indispensáveis para polir as asperezas de nosso caráter.
Diz-nos Albert Einstein:
Se um dia tiver que escolher entre o mundo e o amor, lembre-se: Se escolher o mundo ficará sem o amor, mas se escolher o amor com ele você conquistará o mundo”.
Ao lermos o Evangelho confrontamo-nos com a máxima cristã “...Ama o próximo como a ti mesmo...”. Realmente não podemos conceber nenhum ensinamento que seja mais completo ao sentido evolutivo do que esse.
O amor — virtude que exaustivamente procuramos, mas nem sempre encontramos — é o epítome universal, o sumário da evolução e a síntese cósmica da Criação... O único objetivo para o surgimento da raça humana é o aperfeiçoamento dos benefícios que advém da prática dessa grande virtude; esse é o suprassumo do livre-arbítrio, do poder de escolha que diferencia o ser humano do bruto. Ao escolhermos o amor optamos pelo perdão das ofensas; nesse momento renunciamos definitivamente nossa origem animal e assumimos a condição humana, à imagem e semelhança de Deus. É a despedida do homem material e o início da gloria espiritual, a morte do profano e a ressurreição templária do ente divino. Como nos diz a oração acima: “Eu sou puro amor...” e é assim que somos!
Não quero ser mais prolixo! Talvez tenha atingido o objetivo, ou talvez não tenha, mas fica o desejo de que todos confiemos no Supremo Criador, sabendo que a obra do Inefável Ser que engendrou em sua mente a perfeição de um universo que para nós mostra-se infinito, tem objetivos e propósitos que ultrapassam os pequenos momentos materiais nos quais vivemos mergulhados.

Paz e Luz.

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