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sexta-feira, 6 de agosto de 2010

OS TEMPLÁRIOS



A Ordem foi fundada em 12 de junho de 1118, em Jerusalém por Hugues de Payens e Gogofredo de Saint Omer com o nome de "Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão" ou, simplesmente “Ordem do Templo”. Seu objetivo era, supostamente, defender Jerusalém dos infiéis, guardar o Santo Sepulcro e proteger os peregrinos a caminho da Terra Santa.
A Bíblia menciona que, logo que foi concluída a construção do Templo de Jerusalém, também chamado de templo de Salomão, transferiu-se para seu interior a “Arca da Aliança” que continha as “Tábuas da Lei”, O cajado de Aarão a “Torá” e outros documentos sagrados que simbolizavam o “Pacto” realizado entre os Judeus e seu Deus, Jeová, segredos que por estarem fora do alcance do público sempre despertaram a curiosidade e, por isso, várias lendas surgiram sobre estas relíquias. Segundo as tradições herméticas, ali se juntavam documentos antiqüíssimos, inclusive postulados trazidos por Moisés de muitos conhecimentos adquiridos dos egípcios através de sua iniciação junto àquele povo. Segundo alguns historiadores e cabalistas, a busca da “Arca” e a conquista de seu inestimável acervo teria sido o principal objetivo dos Cavaleiros da Ordem do Templo, pois aquele que conseguisse obter o segredo teria, automaticamente, o poder. O Rei de Jerusalém, Balduíno II, concedeu a Hugues e Godofredo e a mais sete cavaleiros que com eles fundaram a ordem, alojamento nas estrebarias do edifício onde fora outrora o Templo de Salomão e eles, durante nove anos ali permaneceram escavando e concretizando seus trabalhos de pesquisas secretamente.
Não se sabe se os Templários conseguiram estes conhecimentos, mas o certo é que, em pouco tempo, a Ordem começou a prosperar, tanto financeiramente como em poder junto aos reis do Ocidente e do Oriente. As principais lendas sobre o Graal provêm desta época. De qualquer forma se eles chegaram a possuir a chave do entendimento secreto, este segredo morreu com a Ordem, pois não temos certeza de que o segredo tenha chegado aos dias de hoje.
Dizem que a construção de catedrais góticas na Europa, substituindo a arquitetura romana que era comum na inicio da idade média, foi um dos legados templários. Realmente a arquitetura gótica revoluciona toda a arte da construção a partir do século XII. Também, as primeiras guildas, ou seja, as ligas de construtores que congregavam pedreiros e arquitetos, possuidores da arte de construírem catedrais no mais puro estilo gótico, e que deram origem à reorganização da estrutura maçônica medieval, remonta a estes acontecimentos.
Os monarcas europeus nunca tinham dinheiro. Não existiam metrópoles e a população não era grande. A igreja resguardava seus bens impedindo que os mesmos se perdessem, até por heranças inconvenientes. Os funcionários públicos eram, salvo raras exceções, bastante pobres.
Porque, então, a febre de construções que se alastrou consumindo vultosas somas?
De qualquer forma, desenvolveu-se uma classe ultra especializada, do arquiteto ao escultor, que corria de cidade em cidade com um objetivo que, até hoje não se encontra totalmente esclarecido. Vieram do oriente estas técnicas trazidas pelos Templários?
É o que muitos supõem.
Por decreto do Papa Honorio II a Ordem foi reconhecida oficialmente pelo Vaticano em 1128. Foi dado a seus membros como vestimenta o hábito branco. Um pouco mais tarde, em 1145, o papa Honório III adiciona a cruz templária, de oito pontas, em vermelho sobre o hábito. Mas a carta constitutiva só foi outorgada pelo Papa Alexandre III em 1163.
Quando os muçulmanos retomaram Jerusalém expulsando definitivamente os cristãos do Oriente Médio, a Ordem ressentiu-se muito por ter que afastar-se de seu local original. Entretanto suas riquezas ainda eram imensas e o rei da França, Felipe, o Belo, além do Papa Clemente IV deviam somas astronômicas aos Templários.
Felipe, que estava falido e sem dinheiro para pagar as suas dívidas e sustentar a sua corte cobiçava o tesouro da Ordem que somavam 150 mil florins em ouro, além de inúmeras casas, solares, castelos, fortalezas, pratarias, peças de ouro, inúmeros simpatizantes e vários outros bens entre a França, Inglaterra, Escócia, Irlanda, Espanha, Antioquia,Trípoli e Palestina. Por este motivo, Felipe e o Papa tramaram um ardil para acabar de vez com o poder da Ordem.
No dia 13 de outubro de 1307, uma Sexta feira, proclamou-se um édito por toda a Europa acusando os Templários de alta traição, de adorarem a Baphomet, um deus pagão representado por uma cabeça de bode, e de ultrajarem a cruz urinando sobre ela.
Jacques De Molay, o Grão Mestre da Ordem foi preso e acusado de heresia, submetido à inquisição e supliciado com as mais bárbaras e cruéis torturas.
Todos os Templários encontrados foram presos e supliciados para que confessassem os mais hediondos crimes.
A tragédia atingiu seu ponto culminante em 14 de março de 1314, quando o Grão-Mestre da Ordem do Templo, Jacques De Molay e o Preceptor da Normandia Godofredo de Charney, foram publicamente queimados no pelourinho diante da Catedral de Notre Dame, como hereges impenitentes.
Diz-se que o Grão-Mestre, quando as chamas lambiam seu corpo lentamente, voltou a cabeça em direção ao local onde se encontrava o rei e profetizou: "Papa Clemente, Cavaleiro Guilherme de Nogaret, rei Felipe... Convoco-os ao tribunal dos céus antes que termine o ano, para que recebam vosso justo castigo. Malditos, malditos, malditos!...Sereis malditos até treze gerações..." E de fato, antes de decorridos o prazo, todos estavam mortos.
Em Portugal, o rei D.Dinis não aceitou as acusações, fundou a Ordem de Cristo para qual passaram alguns templários. Na Inglaterra, o rei Eduardo II, que não concordara com as ações do sogro Felipe, ordena uma investigação cujo resultado proclama a inocência da Ordem.
Na Inglaterra, Escócia e Irlanda, os templários distribuíram-se entre a Ordem dos Hospitalários, monastérios e abadias. Na Espanha, o Concílio de Salamanca, declara unanimemente que os acusados são inocentes e funda a Ordem de Montesa.
Na Alemanha e Itália a maioria dos Cavaleiros permaneceu livre. Muitos migraram para as ordens sigilosas da Idade Média, juntando-se à Maçonaria, aos Rosacruzes, à Grande Fraternidade Universal, à OSTG (Ordem sagrada do Templo e do Graal) e outras.
A destruição da Ordem nunca suprimiu os ensinamentos mais profundos! Os grandes exemplos são a Maçonaria e a Ordem De Molay, que mantêm a mística templária até os dias de hoje.

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