CAROS LEITORES

Sejam benvindos
Aqui é o cantinho onde pretendo discutir e desenvolver o melhor conteúdo para uma perfeita comunhão de idéias que nos possibilite crescer e evoluir dentro do contexto universal.


sábado, 24 de julho de 2010

Um pouco de ocultismo



Às vezes somos simples pardais, mas nos propomos a voar com asas de águia. De certa forma, isso não é ruim, só que é necessário tomar o remédio seguindo a receita. Phillipus Aureolus Theophrastus Bombastus von Hohenheim, conhecido como Paracelso, dizia com propriedade: “dozem facit venenum”. E dentro do ocultismo essa sábia sentença pode ser comprovada amiúde.
O que podemos concluir é que os ensinamentos secretos emanam de uma fonte única que esparge sobre os iniciados os segredos da formação dos mundos. Afinal, “o que está em cima é como o que está em baixo e vice-versa”.
Na sabedoria de João, o quarto evangelho se inicia com a frase: “No principio era o verbo...” e em eons de tempo tudo se foi plasmando através da pronúncia do nome inscrito no Tetragramaton, na Mente Infinita do inefável Ain Soph, Yah, Eterno Sebaoth, Deus de Israel, Deus Vivo, Deus Onipotente, Elevado, Sublime, Vivendo na Eternidade e cujo Nome é Santo, o impronunciável IOD-HE-VAU-HE.
Palavras de prudência, construtivas e plenas como tudo o que provém da sabedoria oculta milenar que nos foi legada de boca a boca, de ouvido a ouvido, independente do nome que flutua no frontispício de cada escola hermética. Na senda não existe escola: Existem atos de amor que elevam cada indivíduo.
Belos e expressivos são os exemplos do mestre e, cada vez mais, me certifico da maravilhosa simplicidade existente entre esses ensinamentos que se manifestam com o mesmo teor e profundidade em todas as variantes da mesma fonte única, e por isso mesmo uma vibração universal e proveniente da emanação que a remeteu à terra através dos caminhos interiores do homem; isso proporciona a nós, mortais imortais, um ínfimo instante da Luz Cósmica proveniente do Todo.
O mais curioso é que todo o conhecimento pode ser descrito em pouquíssimas palavras, mas devido ao embotamento de nossos sentidos, tanto físicos como psíquicos, necessitamos de compêndios, de muitíssimas instruções para entender o que já está implícito em nós mesmos, no nosso interior, na nossa natureza divina...
A sabedoria expressa vinte séculos antes de Jesus e transmitida oralmente de mestre a discípulo nas iniciações esotéricas pelos milênios afora, nos diz: “Ó, não deixeis apagar a chama mantida de século em século, nesta caverna obscura, neste Templo Sagrado! Sustentada por puros Ministros do Amor!
Não deixeis jamais apagar esta Divina Chama!”
As palavras abaixo flutuam como dísticos herméticos:
"Os lábios da sabedoria estão fechados, exceto aos ouvidos do Entendimento."
"Em qualquer lugar que estejam os vestígios do Mestre, os ouvidos daquele que estiver preparado para receber o seu Ensinamento se abrirão completamente".
"Quando os ouvidos do discípulo estão preparados para ouvir, então vêm os lábios para enchê-los com Sabedoria."

Os sete princípios do conhecimento oculto.

"Os Princípios são Sete; aquele que os conhece perfeitamente possui a Chave Mágica com a qual todas as Portas do Templo podem ser abertas completamente."
1) O TODO EM TUDO
"Enquanto Tudo está n'O TODO, é também verdade que O TODO está em Tudo. Aquele que compreende realmente esta verdade alcançou o grande conhecimento:" O Universo é mental. Isso porque a única coisa capaz de criar do nada é o pensamento. "Cogito, ergo Sun", exclama o filósofo quando percebe sua dúvida em relação à sua própria existência. E é no pensamento que ele, afinal, encontra a comprovação da existência: "Penso, logo existo!"
2) A CORRESPONDÊNCIA
Essa é uma das mais importantes ferramentas do místico: “O que está em cima é como o que está em baixo; e o que está em baixo é como o que está em cima; para que se cumpram todos os milagres da Unidade"... É a analogia que o sábio consegue vislumbrar! Observe que do imenso espaço cósmico, composto de trilhões e trilhões de estrelas, galáxias, planetas, cometas e astros das mais diversas formas e tamanhos, passamos, também, pelo organismo humano (e por analogia qualquer organismo vivo) com trilhões de células (somente as nervosas, ou seja, os neurônios, somam um número próximo de cem bilhões) e atingindo o imensamente pequeno mundo atômico, onde um átomo (ou molécula) grama possui um número de átomos (ou moléculas) seguido por vinte e três zeros (sextilhões, talvez),ou seja, um número impronunciável... e aí, nós na pequenez de nossos parcos conhecimentos, curvamos então nossas cabeças ao Todo e procuramos enxergar a fabulosa analogia fundamental entre o macro e o micro, ambos na sua majestosa pujança.
3) A VIBRAÇÃO
"Nada está parado, tudo se move, tudo vibra." Movimento é energia! E energia engloba tudo o que existe no universo material e, por analogia, nos universos psíquicos, mentais ou outros que, por acaso possam existir. Energia que não pode ser criada nem destruida, apenas poderá ser transformada a partir de suas formas potenciais. Estudando o espectro eletromagnético, percebemos que cada forma energética é decorrência da frequência e do período das ondas emitidas. Frequência é o número de ondas por unidade de tempo (hora, minuto ou segundo); Período é o tempo que a onda leva para percorrer um ciclo; está relacionado ao comprimento. O comprimento da onda poderá variar de metros (ondas de rádio frequência, por exemplo) até décimos de ângstrons; o ângstron é a décima bilhonésima parte do metro. Portanto um décimo de angstron corresponde a um número cem bilhões de vezes menor do que um metro (comprimento de onda dos raios gama, por exemplo). Das ondas de rádio aos raios gama, passando pelas microondas, pelo infravermelho, pela luz visivel, pela região do ultravioleta e pelos raios X, tudo vibra. Átomos e moléculas vibram para definir seus estados físicos classificando-os em sólidos líquidos ou gasosos, de acordo com o nível de agitação que os corpos ou a substância demonstrem na sua estrutura atômica ou molecular. Portanto tudo no universo é vibração e, mais uma vez, "o que está em cima é como o que está em baixo..."
4) A POLARIDADE
"Tudo é duplo; tudo tem dois pólos; tudo tem seu par de opostos; o semelhante e o dessemelhante são uma só coisa; os opostos são idênticos em natureza, mas diferentes em grau; os extremos se tocam; todas as verdades são meias-verdades; todos os paradoxos podem ser reconciliados." E isso nos mostra o sentido do dualismo que se completa na síntese do ternario: O equilibrio atingido após a tese e a antítese.
5) O RITMO
"Tudo tem fluxo e refluxo; tudo tem suas marés; tudo sobe e desce; tudo se manifesta por oscilações compensadas; A medida do movimento à direita é a medida do movimento à esquerda; o ritmo é a compensação." Esta é mais uma nuance do principio da correspondência: "o que está em cima é como o que está em baixo.
6) CAUSA E EFEITO
"Toda Causa tem seu Efeito; todo Efeito tem sua Causa; todas as coisas acontecem de acordo com a Lei; o Acaso é simplesmente um nome dado a uma Lei não reconhecida; existem muitos planos de causalidade, mas nada escapa à Lei." Esse principio mostra a ação e reação, dando ao Todo Universal uma conotação científica baseada no princípio físico de que cada ação corresponde a uma reação de igual intensidade e de sentido contrário. Segundo William Walter Atkinson, o Yogue Ramacharaca, escritor do século passado, "os pensamentos são coisas". Recentemente lemos em um Best-Seller internacional que a mente (nous, em grego) é capaz de criar e plasmar situações, criando o que hoje conhecemos como "ciência noética". Esse fato, que atualmente é estudado em universidades pelo mundo, é do conhecimento do ocultista há quarenta séculos.
7) O GÊNERO
"O Gênero está em tudo; tudo tem os seus Princípios Masculino e Feminino; o Gênero se manifesta em todos os planos." Isso nos remete ao principio da polaridade que mencionamos acima. Como existem dois polos em todas as manifestações, isso também se manifesta e reflete no principio do gênero.
O texto abaixo é transcrito de diversas passagens do CAIBALION:
Sob as aparências do Universo, do Tempo e do Espaço e da Mobilidade, está sempre encoberta a Realidade Substancial: a Verdade fundamental.
Aquele que é a Verdade Fundamental, a Realidade Substancial, está fora de uma verdadeira denominação, mas o sábio chama-o O TODO.
Na sua Essência, O TODO é INCOGNOSCIVEL.
Mas os testemunhos da Razão devem ser hospitaleiramente recebidos e tratados com respeito.
O Universo é Mental: ele está dentro da mente d'O TODO.
O TODO cria na sua Mente infinita inumeráveis Universos, que existem por eons de Tempo; e contudo, para O TODO, a criação, o desenvolvimento, o declínio e a morte de um milhão de Universos é como que o tempo do pestanejar dum olho.
A Mente Infinita d'O TODO é a matriz dos Universos.
Dentro da Mente Pai-Mãe, o filho mortal está na sua morada.
Não há nenhum órfão de Pai ou de Mãe no Universo."

Os falsos sábios, reconhecendo a irrealidade comparativa do Universo, imaginaram que podiam transgredir as suas Leis: estes tais são vãos e presunçosos loucos; eles se quebram na rocha e são feitos em pedaços pelos elementos, por causa da sua loucura. O verdadeiro sábio, conhecendo a natureza do Universo, emprega a Lei contra as leis, o superior contra o inferior; e pela Arte da Alquimia transmuta aquilo que é desagradável no que é agradável e deste modo triunfa. O Domínio não consiste em sonhos anormais, em visões, em vida e imaginações fantásticas, mas sim no emprego das forças superiores contra as inferiores, escapando assim das penas dos planos inferiores pela vibração nos superiores. A Transmutação não é uma denegação presunçosa, é a arma ofensiva do Mestre.

Como podemos observar, o conhecimento vem muito mais do raciocínio analógico que podemos definir no "Princípio da Correspondência". Certa viz li uma anedota, não me lembro onde, que dizia mais ou menos assim:
“Um rei antigo e sábio, amante da ciência e do conhecimento, mandou construir um observatório em seu reino com as últimas novidades em equipamentos para investigar o espaço cósmico. Instalou ali um astrônomo, velho sábio que, tal como Ahmed, fuçava alfarrábios escrutinando os fenômenos da natureza. Certo dia, estando o rei acompanhado de muitos nobres em visita ao observatório pelo qual tinha grande carinho, aproxima-se amistosamente do velho astrônomo e, dando-lhe uma tapinha no ombro, pergunta: -- O que há de novo no céu? Ao que o mestre, olhando-o com bondade, responde: -- Vossa Majestade já conhece o antigo?”

Portanto concluo esse trabalho dizendo: O que está em cima é como o que está em baixo e vice-versa, pois não há nada de novo no céu.

Fergi Cavalca

Um comentário:

  1. Caro Fergi Cavalca
    Achei muito interessantes suas colocações. Gosto muito desses assuntos. Vou procurar me aprofundar mais um pouco.

    Frederico

    ResponderExcluir